Como saber se estou melhorando durante o tratamento?

A fisioterapia proporciona inúmeras situações clínicas. Por mais que haja alguns padrões, protocolos, diagnósticos e prognósticos acerca de uma lesão, jamais o fisioterapeuta pode padronizar um tratamento e utilizá-lo em todos os pacientes. É preciso traçar um plano após criteriosa avaliação.


É muito comum, até mesmo quando não demonstra, perceber a ansiedade do paciente para a resolução daquele incômodo muscular, daquela dor persistente, dificuldade para realizar algum movimento ou até mesmo superar uma incapacidade funcional. Estes sinais que o paciente apresenta conta muito para vislumbrarmos o tipo de conduta a aplicar e uma evolução do tratamento.


Porém, o paciente quer saber, fica curioso, algumas vezes impaciente, quer entender: “quando vou melhorar, dr.?” Cada caso é um caso, pode parecer clichê. O tratamento é individualizado, não há padrões para se controlar um sintoma. Inicialmente, para os casos mais complexos, precisamos modular a dor, voltar a atenção para o controle do que mais ocupa a cabeça do paciente naquele momento, que é sua dor, ou seja, cabe ao fisioterapeuta fazer um plano de analgesia.


Isto significa que o resultado depende de fatores além do tratamento. Cada paciente vai reagir de forma diferente. Desde o momento em que se aplica uma conduta, esta mesma pode ter que ser alterada conforme o curso dos sintomas. Porém, o mais importante é pensarmos na recorrência daquela dor. Se o paciente sentia aquela dor por 24 horas, ininterrupta, e após a primeira intervenção (sim!) o paciente relatar que passou algumas horas sem dor, isto já é um avanço importante.

Outros relatos: “consegui tomar banho sem dor”, “aquela irradiação que sentia ao tirar a camiseta eu já não sinto mais” e talvez a uma frase que mais acrescenta qualidade de vida ao paciente é “dr., consegui dormir!”. Entender a dor e lidar com ela são fatores que, em conjunto, fisioterapeuta e paciente devem ponderar. A ocorrência/recorrência das dores não respeitam padrões, elas devem ser relatadas diariamente para que o tratamento acompanhe esta evolução.


Em cima disso tudo, o importante é o quanto estas dores estão mais espaçadas dentro do dia do paciente, quão intensa ela se apresentou durante o seu dia. A partir daí a conduta começa a ter definição, as fases de controle da dor ficam mais evidentes, o caminho do tratamento estará melhor traçado e o fisioterapeuta, sim, poderá ter mais clareza para apresentar ao paciente algum prognóstico. A consequência é o controle desta ansiedade por uma resposta do paciente acerca de sua queixa.

Trazer o paciente para “jogar junto”, esclarecer a ele o momento que está passando e conduzir o tratamento são peças fundamentais para a evolução, seja para as dores agudas ou crônicas. Assim, a possibilidade de alcançar o sucesso com responsabilidade é real.