Geralmente a dor crônica começa como um problema aparentemente simples, mas que aos poucos parece não ter fim, levando a sentimentos de desesperança, isolamento social e muitos outros problemas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial se queixa de dor crônica.
É considerada dor crônica a que persiste há três meses, mas alguns critérios apontam um mínimo de seis meses. É difícil precisar exatamente em que ponto uma dor aguda se transforma em crônica, pois, isto pode variar de caso a caso. Pode-se avaliar ainda como crônica a dor que se estende para além do período provável de cura.
Tratamentos que funcionam para dores agudas a longo prazo podem até piorar as dores crônicas, como o repouso, por exemplo. No caso da dor crônica, o repouso excessivo pode levar ao enfraquecimento da musculatura e rigidez articular. Além disso, a redução das atividades do paciente intensifica o sentimento de impotência, podendo levar até a depressão.
Muitas vezes é necessário promover uma mudança de hábitos. Lidar com uma dor persistente é um desafio complexo e para ser bem-sucedido é fundamental investir em uma vida mais saudável, abrangendo desde os aspectos nutricionais, até as atividades de lazer, mantendo uma vida mais ativa e significativa. Tudo isso influenciará muito nos resultados do tratamento indicado e na maneira como a dor será encarada.
As dores crônicas de ordem mecânica podem ser amenizadas com a fisioterapia. O tratamento se fundamenta em uma avaliação da eficiência dos movimentos, e exercícios para ganho de mobilidade, estabilidade e ganho de força que geram alívio da dor, tratando diretamente as causas do problema.
O tratamento das dores crônicas por meio da fisioterapia tem por objetivo o reequilíbrio de todos os grupos musculares que estão relacionados com o quadro e igualmente melhorar ajustes posturais estáticos e dinâmicos com foco na abordagem global e qualidade de vida do paciente, além de observar o paciente como um todo, levando em consideração seus aspectos biopsicossociais, tais como, relação com trabalho, nível de atividade, sedentarismo, aspectos psicológicos e emocionais. Mas sendo o padrão ouro para o tratamento por meio de movimento, ou seja, terapia baseada em exercícios e exposição gradativas a movimentos de acordo com os limites, e claro, tudo isso após uma boa avaliação fisioterapêutica.